Novas tecnologias transformam antigas invenções em objetos de desejo e mobilidade, mas o Brasil está preparado para o futuro?
Para quem ainda não sabe, o patinete foi inventado na década de 1910, nos Estados Unidos, por californianos que tiveram a ideia de pregar eixos com rodinhas de patins em um caixote de frutas, adaptando também um guidão de madeira, para criar, assim, um modelo de veículo original, mas bem arcaico.
Após três décadas, uma versão do brinquedo, feita de madeira, virou moda no Brasil. Muito depois surgiram os patinetes feitos com metais leves e equipados com freios e até com motor. Já na Segunda Guerra Mundial, havia um modelo de patinete motorizado utilizado por paraquedistas ingleses, com motor forte, dobrável e que podia ser carregado em uma embalagem metálica. Quando o fuzileiro pousava, abria e se locomovia rapidamente até o front de batalha.
Atualmente, o patinete é usado como meio de transporte econômico nas grandes cidades, mas será que esse veículo pode – realmente – ser uma solução para o problema da mobilidade urbana em meio ao caos do trânsito crescente? Ou será que isso ainda não funciona bem no Brasil, um país reconhecido por não possuir regulamentação para o uso de patinetes e sequer ciclovias bem planejadas? Aproveitando a onda de “produtos ecologicamente corretos” e “engajados” com o problema dos veículos cada vez mais numerosos que entopem as vias urbanas e com o aumento da poluição, algumas empresas fabricantes de motocicletas e ciclomotores começam a investir pesado na fabricação de patinetes elétricos.
Nesta semana, o jornal alemão Die Welt anunciou que a Volkswagen irá unir forças com a startup chinesa Niu para produzir patinetes movidos por baterias de íons de lítio. Leve e pequeno o suficiente para ser estacionado em qualquer lugar, o patinete Streetmate foi apresentado pela VW no ano passado como um conceito. Movido por um motor de 2 kW e com autonomia para 35 km, o patinete construído pela parceria entre a Volks e a empresa chinesa estaria à venda no Oriente até o final deste ano.
Na esteira da VW, a BMW lançou a nova geração do X2City, um patinete elétrico que pode chegar a 20 km/h e ser utilizado nas ciclovias europeias. O veículo já atende à nova legislação da Europa para esse tipo de veículo, por isso exige um impulso inicial de até 6 km/h para o motor elétrico entrar em funcionamento. Todavia, é preciso lembrar que patinete não é um brinquedo, sendo um veículo que alcança aproximadamente os 20 km/h, velocidade que, em caso de queda, pode causar sérias lesões ao condutor ou ao pedestre que por ventura venha a ser “atropelado” pelo “aparelho”.
Dados já dão conta que de janeiro a abril quase 50 acidentes envolvendo patinetes elétricos alugados via aplicativos, incluindo casos com fraturas, foram registrados em somente dois hospitais que funcionam perto da orla do Rio de Janeiro. Ou seja, o ser humano voltou a andar de patinete, porém nosso país não tem nenhuma garantia de regulamentação nem nos previne adequadamente quando o assunto é segurança… isso sem contar a poluição na cara e o calor – quando se trafega entre os carros, o que é proibido – além dos buracos e tantos outros obstáculos de ruas e avenidas em péssimo estado de conservação pelo Brasil afora… será que evoluímos mesmo ou os patinetes são uma realidade viável somente para países europeus ou os Estados Unidos?
O que há de regulamentação no Brasil: A utilização dos patinetes, “em caráter experimental” deve respeitar as regras do Conselho Nacional de Trânsito – Contran, que permitem a circulação do veículo somente em áreas de tráfego de pedestres (com velocidade máxima de 6km/h), em ciclovias e ciclofaixas (velocidade máxima de 20km/h). Já o decreto do poder municipal só autoriza os patinetes nas vias para carros quando as pistas estiverem fechadas para o lazer.
Fonte: Moto Channel Brazil
Fotos: Divulgação
Por Editoria Moto Channel Brazil
1 Comment
eu
14 de março de 2021 at 18:10… quanto mais as coisas mudam mais as coisas ficam na mesma …”