Fabricante italiana de motocicletas terá de sofrer uma reestruturação para captar investimentos e evitar sua liquidação.
Nesta terça-feira (29/03), o presidente da MV Agusta Giovanni Castiglioni anunciou que marca italiana terá de ser submetida a uma completa reestruturação, com o intuito de captar apoio financeiro a fim de evitar sua liquidação. Rumores dão conta que a produção na fábrica tinha cessado em fevereiro, com grande parte da força de trabalho sendo enviada para casa enquanto a MV procura investimentos, fato esse comprovado agora. Castiglioni explicou que a empresa está envolvida em um “acordo de continuidade” com os credores, e que uma reestruturação completa da operação, combinada com o dinheiro de novos investidores, reduziria os custos e permitiria à empresa enfrentar a tempestade.
Num primeiro momento foram concedidas férias coletivas, enquanto se esperam as primeiras negociações para a resolução da crise: “Tínhamos um plano para aumentar os volumes de produção da MV Agusta para algo entre 15.000 e 20.000 unidades por ano, e agora decidimos que isso não é alcançável. Por isso, estamos nos concentrando em nosso negócio principal, que é a construção de motos premium, tais como as nossas superbikes F4 e a recém-lançada Turismo Veloce 800, porém com volumes menores”, disse Castiglioni.
“Nossos problemas de liquidez atuais vêm de nossos gastos em pesquisa e desenvolvimento de novos modelos ao longo dos últimos anos. Nós expandimos demais a gama de opções… Mas nossa pesquisa foi útil, pois demonstrou o tipo de moto que nossos clientes desejam, algo que estaremos focando para o futuro. Realmente as linhas de produção tiveram seu trabalho reduzido, mas não pararam”, esclareceu o presidente da marca. Quando perguntado sobre a AMG – divisão da Mercedes-Benz que detém 25% da MV Agusta –, Castiglione disse o seguinte: “Eu não posso falar que a Mercedes AMG tenha interesse em produzir motocicletas, e perdê-la como acionista minoritária não é um problema para mim. Eu quero continuar com essa parceria, mas não estou interessado em vender a empresa”.
Sobre este tema existem especulações que o grupo alemão sondou Giovanni Castiglioni em duas direções: a primeira seria vender esses 25% de volta, abrindo mão da operação conjunta, enquanto que a segunda (a mais interessante para a Mercedes) seria aumentar a participação na MV Agusta a ponto de adquirir a empresa para a AMG, opção que não agrada Castiglioni. O fato é que esperamos que a MV Agusta saia dessa crise e retome seu crescimento para ser mais uma opção junto ao mercado de motocicletas e de competições, uma vez que a marca também participa diretamente em duas categorias no Campeonato Mundial de Superbike. O tempo dirá se um acordo pode ser alcançado, mas parece que a icônica marca italiana terá de apresentar muito “jogo de cintura” para sair dessa montanha-russa.
Fonte: MV Agusta
Fotos: Divulgação/MV Agusta
Por Rubens Junior, em 29/03/2016
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